domingo, 30 de maio de 2010

a história da disciplina nas ultimas décadas do século XX

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Curso de licenciatura em história

Disciplina: Teoria e prática pedagógica

Profª: Eloisa Solto

Aluno: André Luiz da Silva Andrade

FONSECA, Selva Guimarães

Revisando a história da disciplina nas ultimas décadas do século XX

Campinas SP

Ed Papirus

2003

PP- 15-27

Revisando a história da disciplina nas ultimas décadas do século XX

Investimento financeiro do estado pós 64.

A principal característica da política de ensino de 64 foi a desobrigação do investimento no ensino, especialmente no ensino médio e superior, a constituição de 1967 não estipulou nenhum critério para o investimento no ensino, por conta disso o estado reduziu o investimento que era de 10,6% em 1965, e foi decrescendo até chegar em 4,3% em 1975,que se manteve em 5,5% até 1983, neste período o ensino privado ou particular cresceu consideravelmente principalmente o ensino superior.

No final da década de oitenta o senador João Calmon, apresentou um projeto de lei no qual o governo fica obrigado a investir 12% da receita de impostos no ensino, estados e municípios 25%, a aprovação desta emenda se fez pela pressão dos trabalhadores da educação, na constituição de 1988 no qual o artigo 212 estabelece o aumento deste percentual de verbas para o ensino, o governo passou a investir 18% dos impostos, estados e municípios 25%, no artigo 213 fica firmado que este investimento será aplicado, não só nas escolas públicas estendendo-se a todas instituições de ensino sem fins lucrativos.

A reforma universitária de 1968

A reforma atacou duramente a organização do movimento estudantil, retirando a autonomia universitária e o direito de contestar ou criticar a política do governo dentro das instituições de ensino, medidas como: departamentização, matriculas por disciplinas, unificação do vestibular, fragmentação dos cursos, e os controles de toda a didática que os professores lecionavam, foram implementadas para controlar o espírito critico e analítico dos alunos. Os estudantes não podiam pensar, isso era chamado pelo governo como medida de ajustamento previsto na lei 5.540/68.

A lei 5692 de 1971- a reforma do ensino de 1º e 2º graus.

O governo de Médici completou em 1971, a implantação da reforma educacional de 1º e 2º graus, que vinha sendo implementada desde 1964, com a lei 5.692 de 11 de agosto de 1971, fica estabelecido que alunos de 7 a 14 anos cursassem o 1º grau, ou seja, 1º a 8ª série, e o 2º grau fica voltado para o ensino profissionalizante. As escolas ficam desobrigadas a ter formação geral, principalmente em ciências humanas. Os jovens não podiam acesso ao ensino do pensamento político, para que desta forma, facilitasse o controle das massas pelo governo militar, esta lei foi combatida por dez anos, até que o conselho federal ficou a favor da mudança, que ocorreu em 1982, quando o MEC sancionou a lei 7.044, alterando alguns artigos da lei 5.692/71, principalmente a parte que se referia ao 2º grau que tanto preocupou a comunidade acadêmica nos anos 70.

A lei 7044 de 1982.

Muitos destes projetos de lei estão presentes nas nossas escolas até hoje, como a formação do pensamento e cidadania, embora o acesso a escola tenha sido ampliado, ainda vemos muita evasão, repetência e o aumento da idade/serie. O elitismo que foi arduamente combatido permaneceu e a exclusão social ainda é muito visível.

Após 1982 houveram muitas mudanças, embora ainda há muita coisa para mudar, o ensino de ciências humanas ainda não é bem aplicada como deveria, em sua formação os jovens estão perdendo os valores, como pensamento, consciência política, consciência social, não estão sendo estimulados a aprender e pensar, que é o fundamento do ensino, isto ainda deve mudar.

As mudanças do ensino de historia

  • A formação do profissional de história

Após 1968 houve muitas mudanças no ensino de história, com a tentativa do governo autoritário em acabar com o estudo da história, podemos observar a participação das forças sociais no processo de democratização, intervindo diretamente no ensino e na produção histórica.

A configuração construtiva deste processo começa na formação destes profissionais, que para a realização de um projeto educacional é de profunda importância o professor, o qual domina o conhecimento que através de um planejamento, e do desenvolvimento no ensino, transmite seu conhecimento para seus alunos, utilizando de sua autoridade acadêmica e institucional que foi restabelecido pelo MEC em 82, após a tentativa da ditadura militar de 64 em exterminar as ciências sociais da grade de ensino no Brasil.

O controle técnico e burocrático no interior das escolas.

Com a intervenção do governo nas escolas subordinando professores aos supervisores e orientadores nomeados pelo estado, foi reformulado e impostos todo material didático, como forma de controlar o que era ensinado nas salas de aula.

Após m1969 o ataque aos professores com o AI 5 (ato institucional nº5) com o decreto 547/69. Que autoriza o ensino profissionalizante e praticamente proíbe o ensino de ciências humanas, utilizando a desculpa de atender a carência do mercado, o ensino profissionalizante alastrou-se rapidamente, criando muitas instituições de ensino profissionalizante privado.

O curso de licenciatura rápida tira muito da autonomia do professor, pois restringe muito o conhecimento do professor que não consegue transmitir aos alunos, assim a licenciatura rápida e a melhor forma de legitimar o controle do estado no interior das escolas. Os cursos superiores de estudos sociais são implantados em todo pais, e só saem da grade curricular entre os anos 80 e 90

  • As novas disciplinas criadas.

Após o golpe militar de 1964 o estado começou a se preocupar com o estudo da cívica, o decreto lei 869/69 amparado pelo AI 5 foi implantada o estudo moral e cívica para graduação e pós-graduação com a desculpa do estudo ser direcionado ao estudo dos problemas brasileiros.

O estado cria uma comissão para implantar e fiscalizar o ensino de moral e cívica tanto nas escolas quanto em outras esferas, o conteúdo era basicamente conceitos como pátria,integração nacional, tradição, lei, e heróis brasileiros e claro que eram autorizados pelos militares, desta forma o estudo da história citado no decreto lei 68065/71, foi vinculada ao estudo moral e cívica, as escolas foram obrigadas a reduzir a carga horária de historia, geografia, e estudos sociais para colocar as disciplinas EMC, OSPB com altas cargas horárias, os atos cívicos passaram a ser cada vez mais presentes no dia a dia dos jovens, os símbolos cívicos e heróis passou a ser implantado fortemente na cabeça dos jovens, e nesse momento o estudo da historia começou a se confundir com moral e cívica, alem dos atos cívicos o estado tirou toda a autonomia dos centros acadêmicos, e com o decreto lei 477/69. Proibiu qualquer forma de manifestação política ou subversiva não autorizada (como se o estado autorizasse alguma), a ordem era homogeneizar o poder dos grupos dominantes que representava os militares e mudar o conceito de moral, liberdade, e democracia aos de civismo, com repressão de pensamento, livre debate de idéias e cultos de heróis e datas nacionais.

Em 1971 com a lei 5700 com 45 artigos que destacava penalidades a quem desrespeitasse qualquer símbolo cívico, e de força a implantação da moral e cívica que gerou muita oposição pele despreparo de professores e diretores que eram indicados pelo estado, a trasmisão do conhecimento se deu por professores de ciências humanas como filosofia, pedagogia, historia, geografia, e ciências sociais, professores que eram fieis opositores ao regime militar.

  • O conteúdo comum exigido nos programas de história.

Com a renovação do ensino que consolidou o EMC e outras disciplinas obrigatórias no artigo 7º da lei 5692/71 que descaracterizou o ensino de historia, geografia de 1º que por força da lei se transformou em estudos sociais.

Os conteúdos mínimos que se generalizavam em estudos sociais que não estudava a história constituída pelo homem e sim interpretar fatos das ciências sociais e não a historia especificamente, o foco era sempre o estudo EMC e o OSPB, analisando este aspecto fica claro a intenção de dissolver as disciplinas com ênfase na criação do espírito critico, assim o governo militar pós 68 utilizava a história de forma estratégica manipulando a memória coletiva para submeter o povo à lógica da política do governo.

Em 1969 o presidente Médici através do decreto lei 65814/69 condicionou o ensino de historia, no artigo 1º determina a revisão dos textos para o ensino com o intuito de retirar tudo àquilo que possa causar aos jovens aversões aos americanos.

Analisando o decreto temos a real idéia do motivo do decreto, Ele tem por finalidade retirar toda parte da historia que poderia causar aversão aos povos americanos, que ficou evidenciado no fato ocorrido quando o presidente americano Trumam convocou o congresso historical association solicitando uma elaboração de um programa histórico federal de luta contra o comunismo, firmando a presença americana em toda America latina.

A presença americana fica clara na política brasileira após o golpe de 1964, pode ser constatado na educação e na intensa propaganda anticomunista e no conceito da presença e da bondade americana no mundo, através de estudos de temas e conceitos de interesse central do governo.

Entre os anos de 70 e 80 vivemos uma realidade contraditória e rica com a queda da ditadura, houve uma troca de experiência e um intenso debate sobre o ensino, quando houve uma grande mudança no currículo escolar em varias partes do pais no processo de redemocratização nos anos 80, tivemos greves de professores e lutas por eleições diretas que contribuiu muito para o ensino de história nos últimos anos.

A partir dos anos 90 o contexto neoliberal conservador deu espaço para nova política educacional, a extinção das disciplinas EMC, OSPB, EPB com a lei de diretrizes a historia retomou seu espaço voltando a ter sua cadeira na comunidade acadêmica como formadora de espíritos críticos nos jovens estudantes.

Roma

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Curso de licenciatura em história

Disciplina: história antiga

Profª: Nely Feitosa Arrais

Aluno: André Luiz da Silva Andrade

FLORENZANO, Maria Beatriz B.

O mundo antigo: economia e sociedade

São Paulo SP

Editora brasiliense

1982

PP- 56-97

Roma

Da mesma forma que a historia grega Roma também começou com o desenvolvimento da instituição política baseada em benefício dos cidadãos que eram os homens livres, donos de terra que reivindicavam sua descendência com os fundadores de Roma, estes cidadão que ao tempo que a cidade evoluiu eliminou a monarquia dando origem à república, que diferente da Grécia não evoluiu para a democracia, seja no império seja na republica o poder sempre estiveram nas mãos da aristocracia, os escravos que eram explorados como relação social de trabalho, que formava a estrutura socioeconômica da sociedade clássica.

A realeza:

Conta à lenda que Roma foi fundada no século VIII AC por Rômulo irmão gêmeo divino de Remo que deu inicio a realeza de Roma e deu inicio ao senado, iniciando o povoamento de roa por multidões de homens de cidades vizinhas e o rapto das sabinas assim Roma foi povoada, após remo mais três reis latinos: Numa Pompilho,Túlio Hostilio e Anco Marcio, e três reis etruscos: Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquino Soberbo. A lenda da realeza Roma era atribuída a grandes feitos e conquista, que na republica e no império ressaltado para dar grandeza de Roma.

A historiografia moderna se posiciona de varias formas diante da lenda de Roma, através da arqueologia podemos constatar alguns dos elementos da tradição romana, como por exemplo, sua fundação em 750 AC, os arqueólogos encontraram em Roma vestígios de uma aldeia feita de argila palha e ramos, que foi constatada que era uma cidade latina que era infinitamente diferente das grandes cidades etruscas e gregas da época, apesar do desenvolvimento do século VII AC fica clara sua religiosidade constatada na grande quantidade de santuários encontrados, os vestígios encontrados de vasos e cerâmicas do Tibre e da Etrúria que nos da a idéia do comercio da época, Roma pela sua posição geográfica tinha ótimo acesso a outros povos e culturas por este motivo sofria grande influencia cultural, era fácil ver etruscos e gregos e outros transitando nas ruas romanas, por este motivo em 550 a 475 AC os etruscos tomaram Roma como base estratégica de ligação com o Lácio e compânia.

Graças a dominação etrusca Roma passou a ter hegemonia no Lácio que foi o começo para suas conquistas. A documentação arqueológica é bastante rica sobre a dominação etrusca, já a organização social romana no inicio é de muito difícil reconstrução, embora muito da instituição social romana que está presente na republica e no império podem ser atribuída a monarquia ou realeza, a gens que são as famílias descendente dos fundadores que se reúnem para tomar decisões coletivas, a gens tinha os membros naturais e os clientes que tinham alguns direitos dos gens em troca de alguma coisa.

A família era formada pelo pai, filhos, escravos, bens, animais e tudo aquilo que dava status a família que era a principal unidade social do império e da republica, os patres familiarum tinha grande poder político, pois formavam o senado ou escolhia quem faria parte dele.

A REPÚBLICA

Constituída em meados do século V em 509 AC não se sabe com exatidão, com a derrubada da realeza etrusca foi estabelecida uma republica oligárquica, quando os latinos derrubaram Tarquino através de uma revolução, o senado teve seu início, diferente de como se diz a lenda de que foi Rômulo que constituiu o senado, na republica que se deu inicio o conflito entre patrícios e plebeus, os patrícios faziam parte das gens que tinham as melhores terras e participação na política e quando os plebeus que chegaram a Roma depois tinham as piores terras e não tinha voz política que só foi só foi mudado em meados do século IV quando conseguiram uma participação equivalente as dos patrícios na política, embora haja alguns documentos que falam sobre a participação de plebeus no consulado desde o inicio da republica, o que pode explicar é a união dos plebeus com os patrícios na derrubada da monarquia, contudo a falta de documentos não nos deixa afirmar que isso ocorreu.

No início do séc. VI já podemos observar uma mudança na relação Patrício-Plebeus e a criação de uma nova classe: os Nobilitas ou nobreza. Composta de Patrícios e Plebeus que possuíam bens móveis e imóveis.

Enquanto isso, Roma, ampliava sua hegemonia nas cidades latinas e muitas vezes recorrendo a guerra contra seus vizinhos, os Volscos, Équos e Hérnicos. Prosseguindo com suas conquistas na Campânia, Itália meridional e em 272, conquistou toda região do mediterrâneo, conseguindo unificar o poder dos povos, de línguas, culturas e costumes diferentes.

Com relação a propriedade de terras, a documentação ainda é pouca, contudo estima-se que no geral eram cultivados vinhos, cereais e oliveira. Acreditava-se, que mesmo no início da República, os agricultores já contavam com a ajuda de escravos.

A expansão territorial romana levou a um grande aumento de terras produtoras, sendo o Estado Romano o proprietário de grande parte das terras cultiváveis. Estas, eram cedidas aos membros da comunidade que pagavam ao Estado uma espécie de aluguel, chamado de Vertical, que era proporcional ao tamanho da propriedade, as terras eram administrada pelo Estado, tendo sua renda revertida para a comunidade Romana.As terras incultos eram cedidas aos colonos sem a cobrança do vertical, por serem terras de difícil cultivo. Entretanto com a falta de fiscalização, os grandes agricultores agregavam cada vez mais terra, sobrando poucas opções para os colonos, fator gerador de muitos conflitos no campo.

As muitas conquistas dos Romanos e a incorporação de terras ao domínio público, o chamado Ager Publicus, fizeram com que muitos pequenos agricultores perdessem suas terras ou o direito de cultiva-lás, forçando um êxodo rural que formou grandes filas de artesões, comerciantes e clientela ao longo do sec. II, como nos permite observar em documentos os grandes latifundiários conquistando suas terras por usurpação ou por conquistas militares, que não eram predominantes no sec. I.

Embora Roma tivesse na agricultura sua atividade principal no sec. II, nas cidades havia muitos tipos de manufaturas, como o trabalho em madeira, couro, argila , entre outros.Principalmente com as recorrentes conquistas e a chegada de escravos da Grécia e do oriente.

Em Roma, tanto no campo quanto na cidade, a mão de obra era de homens livres e escravos, mas no sec. III proveniente a conquista da península ibérica, e no sec. I era mais generalizada, mas mesmo desta forma a mão de obra livre predominava.

As condições dos escravos variavam muito de acordo com a época, meio em que viviam cidade ou campo. Em Roma o escravo não tinha função específica, entretanto os escravos rurais eram mais sofridos que os urbanos, tendo por isso a vida mais curta. No campo os escravos não especializados viviam condições subumanas, sofriam castigos por trabalhas julgados ruins, eram colocados em gaiolas se tentassem fugir ou em prisões cavadas no chão. Os escravos especializados tinham mais regalias no campo. O Vílians era quem administrava a fazenda e está era a melhor posição entre os escravos.

Os escravos da cidade tinham uma vida bem diferente, desempenhavam as mais variadas funções, alguns chegavam a representar seus senhores em transações como compra e venda de terras. Alguns ganhavam até pequenas porções de terras nas quais podiam cultivar, comprar escravos e até mesmo comprar sua alforria, outros faziam trabalhos domésticos, servindo para uso pessoal, embora muitos ainda fossem usados nas fábricas de manufaturas – 70% dos trabalhadores no século I eram escravos.

O desejo de todo escravo era a alforria, isso dava a eles força para trabalhar. Tanto durante a República quanto no Império era comum a alforria desses escravos, que nas cidades de tornavam membros adotivos de uma família, entretanto devido ao obsequim tinham a obrigação moral e monetária para com os seus senhores, portanto continuavam trabalhando para ele, mas em troca recebiam proteção e nome tornando-se cidadãos com plenos direitos civis.

A partir do sec. III houve muitas revoltas de escravos, principalmente dos rurais, sendo as duas mais importantes a revolta de Espartaco no ano 70 e da Sicilia que foi de 136 à 133, quando os escravos liberados por Lunus, derrubaram o poder do governo Monárquico e escravizaram os cidadãos livres, causando certa preocupação em Roma, mas não tendo força suficiente para mudar o estado dos escravos.

Os cidadãos romanos eram divididos em duas formas, os ricos e os pobres. Esta divisão era estabelecida através de um censo realizado periodicamente desde o sec. V que tinha por finalidade estipular a riqueza e quais cidadãos poderiam participar do exercito ou de decisões políticas. As divisões eram: os Mobilizáveis chamados de Assidui, que podiam fazer parte do exército; os Capites Censi que eram recenseados somente para si e os Proletarii que eram aqueles que não tinham bens mas tinham filhos para alimentar. O censo fazia cinco subdivisões dos Assidui, que era dada de acordo com a quantidade e o tipo de sua riqueza, gerando assim os que podiam participar da infantaria – os Pedites e os que podiam ser cavaleiros – os Éqüites.

Os que possuíam mobilizáveis para participar do exército pagavam mais imposto ao governo, os tributum que não eram fixos dependiam da necessidade do governo e poderiam até mesmo ter que devolver o tributum, caso a riqueza se alterasse durante uma guerra. No final da republica uma minoria fazia parte desta camada, muitos perderam suas riquezas na mesma velocidade que Roma se expandia, pois os médios agricultores ficavam muito tempo longe das suas terras, enquanto os grandes agricultores que tinham vasta mão de obra empurravam esses médios agricultores para cidade, ocasionando um aumento desproporcional nas cidades, até porque nem todos os homens livres conseguiam uma ocupação. No sec. I e II estes homens somavam-se aos milhões que lutavam ao lado de qualquer partido político e ficaram conhecidos como a classe perigosa. Com a queda da república e a ascensão do império com Augustus este movimento foi controlado com a chamada Panem et Circenses (pão e circo). O império distribuía cereais e espetáculos circenses a plebe.

No campo os colonos que perderam suas terras passaram a trabalhar para os grandes latifundiários que, quando não alugavam as terras e pagava em dinheiro, igual como era feito com os escravos.

O IMPÉRIO

A transição da república para o império foi marcada por lutas e conflitos, pois como a república não conseguia administrar todo o território conquistado, deu espaço para extorsões, saques e muitas barbáries e após inúmeros conflitos a solução política encontrada foi estabelecer o império que anulou as lutas e unificou o poder, trazendo estabilidade ao domínio romano. Quando o oitavo Augustus assumiu em 27ac houve várias reformas que garantiu a continuidade da estrutura socioeconômica da república. As principais reformas foram: A liberação do camponês do serviço militar, pacificação do território conquistado, estabilização das fronteiras romanas, reformulou o sistema fiscal nomeando funcionários que eram fiscalizados para não haver abusos, descentralizou a manufatura, o que foi muito importante para o império, mas o campo não acompanhou as mudanças e a evolução das cidades, o tipo ideal de propriedade continuou sendo o Villet Dedias, que tinha produção mista e trabalhador escravo.

A condição dos escravos não mudou, contudo o fortalecimento das fronteiras acabou com o tráfico de escravos gerando aumento de preços durante todo o sec. I e II dc. Com a redução da mão de obra o campo teve que aprender a produzir mais com menos escravos, isto deu um avanço gradual nos métodos de produção, com a invenção da roda hidráulica e a ceifadeira mecânica esse objetivo foi atingido. Entretanto nenhum produtor estava motivado para aumentar sua produção, o que colaborou para a crise do império dos sec. III e IV dc. As reformas feitas por Diocleciano e os imperadores seguintes conseguiram prolongar por mais dois séculos (IV e V) a vida do império e com a famosa invasão Barbara deu o golpe de misericórdia na instituição falida do império e assim houve a queda romana.