Curso de licenciatura em história
Disciplina: história antiga
Profª: Nely Feitosa Arrais
Aluno: André Luiz da Silva Andrade
FLORENZANO, Maria Beatriz B.
O mundo antigo: economia e sociedade
São Paulo SP
Editora brasiliense
1982
PP- 56-97
Roma
Da mesma forma que a historia grega Roma também começou com o desenvolvimento da instituição política baseada em benefício dos cidadãos que eram os homens livres, donos de terra que reivindicavam sua descendência com os fundadores de Roma, estes cidadão que ao tempo que a cidade evoluiu eliminou a monarquia dando origem à república, que diferente da Grécia não evoluiu para a democracia, seja no império seja na republica o poder sempre estiveram nas mãos da aristocracia, os escravos que eram explorados como relação social de trabalho, que formava a estrutura socioeconômica da sociedade clássica.
A realeza:
Conta à lenda que Roma foi fundada no século VIII AC por Rômulo irmão gêmeo divino de Remo que deu inicio a realeza de Roma e deu inicio ao senado, iniciando o povoamento de roa por multidões de homens de cidades vizinhas e o rapto das sabinas assim Roma foi povoada, após remo mais três reis latinos: Numa Pompilho,Túlio Hostilio e Anco Marcio, e três reis etruscos: Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquino Soberbo. A lenda da realeza Roma era atribuída a grandes feitos e conquista, que na republica e no império ressaltado para dar grandeza de Roma.
A historiografia moderna se posiciona de varias formas diante da lenda de Roma, através da arqueologia podemos constatar alguns dos elementos da tradição romana, como por exemplo, sua fundação em
Graças a dominação etrusca Roma passou a ter hegemonia no Lácio que foi o começo para suas conquistas. A documentação arqueológica é bastante rica sobre a dominação etrusca, já a organização social romana no inicio é de muito difícil reconstrução, embora muito da instituição social romana que está presente na republica e no império podem ser atribuída a monarquia ou realeza, a gens que são as famílias descendente dos fundadores que se reúnem para tomar decisões coletivas, a gens tinha os membros naturais e os clientes que tinham alguns direitos dos gens em troca de alguma coisa.
A família era formada pelo pai, filhos, escravos, bens, animais e tudo aquilo que dava status a família que era a principal unidade social do império e da republica, os patres familiarum tinha grande poder político, pois formavam o senado ou escolhia quem faria parte dele.
A REPÚBLICA
Constituída em meados do século V em
No início do séc. VI já podemos observar uma mudança na relação Patrício-Plebeus e a criação de uma nova classe: os Nobilitas ou nobreza. Composta de Patrícios e Plebeus que possuíam bens móveis e imóveis.
Enquanto isso, Roma, ampliava sua hegemonia nas cidades latinas e muitas vezes recorrendo a guerra contra seus vizinhos, os Volscos, Équos e Hérnicos. Prosseguindo com suas conquistas na Campânia, Itália meridional e em 272, conquistou toda região do mediterrâneo, conseguindo unificar o poder dos povos, de línguas, culturas e costumes diferentes.
Com relação a propriedade de terras, a documentação ainda é pouca, contudo estima-se que no geral eram cultivados vinhos, cereais e oliveira. Acreditava-se, que mesmo no início da República, os agricultores já contavam com a ajuda de escravos.
A expansão territorial romana levou a um grande aumento de terras produtoras, sendo o Estado Romano o proprietário de grande parte das terras cultiváveis. Estas, eram cedidas aos membros da comunidade que pagavam ao Estado uma espécie de aluguel, chamado de Vertical, que era proporcional ao tamanho da propriedade, as terras eram administrada pelo Estado, tendo sua renda revertida para a comunidade Romana.As terras incultos eram cedidas aos colonos sem a cobrança do vertical, por serem terras de difícil cultivo. Entretanto com a falta de fiscalização, os grandes agricultores agregavam cada vez mais terra, sobrando poucas opções para os colonos, fator gerador de muitos conflitos no campo.
As muitas conquistas dos Romanos e a incorporação de terras ao domínio público, o chamado Ager Publicus, fizeram com que muitos pequenos agricultores perdessem suas terras ou o direito de cultiva-lás, forçando um êxodo rural que formou grandes filas de artesões, comerciantes e clientela ao longo do sec. II, como nos permite observar em documentos os grandes latifundiários conquistando suas terras por usurpação ou por conquistas militares, que não eram predominantes no sec. I.
Embora Roma tivesse na agricultura sua atividade principal no sec. II, nas cidades havia muitos tipos de manufaturas, como o trabalho em madeira, couro, argila , entre outros.Principalmente com as recorrentes conquistas e a chegada de escravos da Grécia e do oriente.
Em Roma, tanto no campo quanto na cidade, a mão de obra era de homens livres e escravos, mas no sec. III proveniente a conquista da península ibérica, e no sec. I era mais generalizada, mas mesmo desta forma a mão de obra livre predominava.
As condições dos escravos variavam muito de acordo com a época, meio em que viviam cidade ou campo. Em Roma o escravo não tinha função específica, entretanto os escravos rurais eram mais sofridos que os urbanos, tendo por isso a vida mais curta. No campo os escravos não especializados viviam condições subumanas, sofriam castigos por trabalhas julgados ruins, eram colocados em gaiolas se tentassem fugir ou em prisões cavadas no chão. Os escravos especializados tinham mais regalias no campo. O Vílians era quem administrava a fazenda e está era a melhor posição entre os escravos.
Os escravos da cidade tinham uma vida bem diferente, desempenhavam as mais variadas funções, alguns chegavam a representar seus senhores em transações como compra e venda de terras. Alguns ganhavam até pequenas porções de terras nas quais podiam cultivar, comprar escravos e até mesmo comprar sua alforria, outros faziam trabalhos domésticos, servindo para uso pessoal, embora muitos ainda fossem usados nas fábricas de manufaturas – 70% dos trabalhadores no século I eram escravos.
O desejo de todo escravo era a alforria, isso dava a eles força para trabalhar. Tanto durante a República quanto no Império era comum a alforria desses escravos, que nas cidades de tornavam membros adotivos de uma família, entretanto devido ao obsequim tinham a obrigação moral e monetária para com os seus senhores, portanto continuavam trabalhando para ele, mas em troca recebiam proteção e nome tornando-se cidadãos com plenos direitos civis.
A partir do sec. III houve muitas revoltas de escravos, principalmente dos rurais, sendo as duas mais importantes a revolta de Espartaco no ano 70 e da Sicilia que foi de 136 à 133, quando os escravos liberados por Lunus, derrubaram o poder do governo Monárquico e escravizaram os cidadãos livres, causando certa preocupação em Roma, mas não tendo força suficiente para mudar o estado dos escravos.
Os cidadãos romanos eram divididos em duas formas, os ricos e os pobres. Esta divisão era estabelecida através de um censo realizado periodicamente desde o sec. V que tinha por finalidade estipular a riqueza e quais cidadãos poderiam participar do exercito ou de decisões políticas. As divisões eram: os Mobilizáveis chamados de Assidui, que podiam fazer parte do exército; os Capites Censi que eram recenseados somente para si e os Proletarii que eram aqueles que não tinham bens mas tinham filhos para alimentar. O censo fazia cinco subdivisões dos Assidui, que era dada de acordo com a quantidade e o tipo de sua riqueza, gerando assim os que podiam participar da infantaria – os Pedites e os que podiam ser cavaleiros – os Éqüites.
Os que possuíam mobilizáveis para participar do exército pagavam mais imposto ao governo, os tributum que não eram fixos dependiam da necessidade do governo e poderiam até mesmo ter que devolver o tributum, caso a riqueza se alterasse durante uma guerra. No final da republica uma minoria fazia parte desta camada, muitos perderam suas riquezas na mesma velocidade que Roma se expandia, pois os médios agricultores ficavam muito tempo longe das suas terras, enquanto os grandes agricultores que tinham vasta mão de obra empurravam esses médios agricultores para cidade, ocasionando um aumento desproporcional nas cidades, até porque nem todos os homens livres conseguiam uma ocupação. No sec. I e II estes homens somavam-se aos milhões que lutavam ao lado de qualquer partido político e ficaram conhecidos como a classe perigosa. Com a queda da república e a ascensão do império com Augustus este movimento foi controlado com a chamada Panem et Circenses (pão e circo). O império distribuía cereais e espetáculos circenses a plebe.
No campo os colonos que perderam suas terras passaram a trabalhar para os grandes latifundiários que, quando não alugavam as terras e pagava em dinheiro, igual como era feito com os escravos.
O IMPÉRIO
A transição da república para o império foi marcada por lutas e conflitos, pois como a república não conseguia administrar todo o território conquistado, deu espaço para extorsões, saques e muitas barbáries e após inúmeros conflitos a solução política encontrada foi estabelecer o império que anulou as lutas e unificou o poder, trazendo estabilidade ao domínio romano. Quando o oitavo Augustus assumiu em 27ac houve várias reformas que garantiu a continuidade da estrutura socioeconômica da república. As principais reformas foram: A liberação do camponês do serviço militar, pacificação do território conquistado, estabilização das fronteiras romanas, reformulou o sistema fiscal nomeando funcionários que eram fiscalizados para não haver abusos, descentralizou a manufatura, o que foi muito importante para o império, mas o campo não acompanhou as mudanças e a evolução das cidades, o tipo ideal de propriedade continuou sendo o Villet Dedias, que tinha produção mista e trabalhador escravo.
A condição dos escravos não mudou, contudo o fortalecimento das fronteiras acabou com o tráfico de escravos gerando aumento de preços durante todo o sec. I e II dc. Com a redução da mão de obra o campo teve que aprender a produzir mais com menos escravos, isto deu um avanço gradual nos métodos de produção, com a invenção da roda hidráulica e a ceifadeira mecânica esse objetivo foi atingido. Entretanto nenhum produtor estava motivado para aumentar sua produção, o que colaborou para a crise do império dos sec. III e IV dc. As reformas feitas por Diocleciano e os imperadores seguintes conseguiram prolongar por mais dois séculos (IV e V) a vida do império e com a famosa invasão Barbara deu o golpe de misericórdia na instituição falida do império e assim houve a queda romana.
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